Pensou melhor e pôs-se a caminhar a passos largos .
Ao chegar em casa, estaria sozinha, mas isso não lhe causava incômodo, ao contrário, todo aquele silêncio lhe trazia uma paz incompreensível a qualquer um que nunca teve os mesmos sonhos que ela de não ter a quem dar satisfação.
Iria selecionar suas músicas preferidas e colocá-las num volume suficientemente alto para ouvi-las durante o banho quente e sabia que o aconchego da sua cama a faria esquecer do desconforto de ter se molhado na chuva contra vontade .
Os pingos caíam gelados, mas tão suavemente sobre ela, que começou a andar vagarosamente como se aquilo fosse um passeio e não uma fuga do tempo escuro e feio.
Um vento frio soprou-lhe o rosto e os cabelos, ela se deu conta de que a luz dos postes refletia no asfalto molhado à medida em que andava como se houvesse no chão minúsculas estrelas que ascendiam a cada passo.
Respirou profundamente. Sorriu. Sentiu a beleza das pequenas coisas, a alegria de estar viva e a graça da liberdade.
3 comentários:
e essa indizível liberdade, como diria o poeta, se torna um tesouro incalculável.
Lindíssimo texto.
Posso ser sua fã... então tá!
Sou sua fã!
Continue escrevendo.
bjss
hum... entrei de curiosa e entrometida... mas gostei de tudo que li até agora... vc leva jeito pra coisa!!
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