Não existe nada mais complexo e, nem mais fascinante do que o coração humano. E quando digo "coração", refiro-me ao termo poético para descrever tudo que nos compõe. Somos uma teia bem tramada de sentimentos, pensamentos e inúmeras nuances que provocam nosso comportamento em determinado momento.
Penso em atitudes que me incomodam e, de repente, olhando para o espelho, com cara de espanto, reflito também sobre o quanto de mim incomoda aos outros. Não deve ser pouco. Sou juíza de mim mesma, severa e perspicaz o suficiente para reconhecer.
Admito também o contraditório. Somos ao mesmo tempo o mais correto e, o mais perigoso parâmetro de julgamento, pois existe uma linha tênue entre o que alguém é capaz de fazer e, aquilo de que nós mesmos somos capazes.
Minha mente é só devaneios. Então, não por falta de conteúdo - bom e ruim, mas por pura (e perfeita) oportunidade, divido com você, parte de um poema atribuído à Cecília Meireles que felizmente, traduz melhor que eu, sua opinião sobre os falhos seres humanos que somos:
"É difícil fazer alguém feliz, assim como é fácil fazer triste.
É difícil dizer eu te amo, assim como é fácil não dizer nada
É difícil valorizar um amor, assim como é fácil perdê-lo para sempre.
É difícil agradecer pelo dia de hoje, assim como é fácil viver mais um dia.
É difícil enxergar o que a vida traz de bom, assim como é fácil fechar os olhos e atravessar a rua.
É difícil se convencer de que se é feliz, assim como é fácil achar que sempre falta algo.
É difícil fazer alguém sorrir, assim como é fácil fazer chorar.
É difícil colocar-se no lugar de alguém, assim como é fácil olhar para o próprio umbigo".